quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

"A humildade exprime, uma das raras certezas de que estou certo: a de que ninguém é superior a ninguém."

"Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade."

"É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática."

"O professor é um coordenador de atividades que organiza e atua conjuntamente com os alunos."

"A construção do conhecimento se faz através do diálo

"Se aprende com as diferenças e não com as igualdades"

Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.

Paulo Freire



domingo, 30 de novembro de 2008

vaidade

Cirurgia de lipoaspiração?
Herbert Vianna

Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei, nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração?
Uma coisa é saúde outra é obsessão.
O mundo pirou, enlouqueceu.
Hoje, Deus é a auto-imagem.
Religião é dieta.
Fé, só na estética.
Ritual é malhação.

Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo, sentimento é bobagem.
Gordura é pecado mortal.
Ruga é contravenção.
Roubar pode, envelhecer não.
Estria é caso de polícia.
Celulite é falta de educação.
Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso.
A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem?

A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem.
Imagem, estética, medidas, beleza.
Nada mais importa.
Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa.
Não importa o outro, o coletivo.
Jovens não tem mais fé, nem idealismo, nem posição política.
Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.

Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar correr, viver muito, ter uma aparência legal mas...
Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados aos vinte anos não é natural.
Não é, não pode ser.
Que as pessoas discutam o assunto.
Que alguém acorde.
Que o mundo mude.
Que eu me acalme.
Que o amor sobreviva.
" Cuide bem do seu amor, seja ele quem for "

domingo, 23 de novembro de 2008

O Grande Educador

Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão

A humildade exprime, uma das raras certezas de que estou certo: a de que ninguém é superior a ninguém.

A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.

As terríveis conseqüências do pensamento negativo são percebidas muito tarde. Paulo Freire

domingo, 12 de outubro de 2008

verdades

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.

Rubem Alves

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

quinta-feira, 5 de junho de 2008

violência

VIOLÊNCIA E AGRESSIVIDADE NA JUVENTUDE

Alice Toigo Nardi

RESUMO

Violência e agressividade na juventude, diz respeito ao ambiente violento que envolve os jovens na atualidade. Este artigo explicita os tipos de violência e possíveis causas. Chegando a conclusão que os jovens agridem, por serem agredidos, por uma desumana desigualdade social e que, uma sociedade solidária é possível, se houver a união de todos os segmentos sociais.

Palavras-chave: Juventude; Violência; Sociedade.

1 INTRODUÇÃO

A violência é um fenômeno complexo e conseqüência de múltiplos fatores. É uma relação, isto é, ninguém é violento sozinho, precisa existir sempre um outro, onde alguém causa danos a outro baseado na força do poder, ou melhor dizer, é uma reação a uma determinada ação.

E a crescente onda de agressividade e violência envolvendo crianças e adolescentes, principalmente nos grandes centros urbanos, de certo, tem suas causas. Se, violência é uma reação, a quem estão reagindo?

Buscar compreender esta realidade, analisando as diversas formas de violência e suas implicações é o objetivo deste estudo.

2 FORMAS DE VIOLÊNCIA

· Violência física - é uma pratica que pode acontecer em qualquer lugar, como no seio familiar, na rua, na escola, e pode ocorrer através de tapas, empurrões, socos e até mesmo armas.

· Violência verbal – nos distinguimos dos demais seres vivos pela capacidade de conversar e dar sentido as palavras. Já dizia Padre Antonio Vieira em seus famosos Sermões (citado por SILVA; PAULINI, 2007, p.68): “o homem é um animal sociável, e nisso nos distinguimos dos brutos, embora nos considere piores feras que as feras, porque somos feras com entendimentos e vontade”. Devido a isso, muitas pessoas fazem uso desta capacidade, para ferir através de calunias, palavras de desprezo, mentiras e etc., machucando mais que atos físicos, pois suas marcas não saram.

· Violência simbólica (moral) – Grupos que usam símbolos, imagens para se destacar de outros, discriminando e desprezado. É muito comum nas escolas, no trabalho, onde em grupos marcam determinados colegas transformando-os em objeto de gozação. Imposição de ações humilhantes ou o cumprimento de tarefas impossíveis de realizar, para gerar a ridicularização pública no ambiente de trabalho e a humilhação do profissional.

· Violência pedagógica – é a forma mais sutil de violência e se esconde nas práticas educativas, nas palavras, nos olhares, nos risos, na indiferença, depreciação, em expressões de descaso entre outras proferidas pelos professores. Produzindo nas crianças e adolescentes sentimentos de inferioridade, timidez e revolta, marcando-os pelo resto da vida. Henry Adams (citado por SILVA; PAULINI, 2007 p.81) afirma que: “o professor se liga à eternidade, ele nunca sabe onde cessa a sua influencia”.

Por serem tratadas agressivamente essas crianças e adolescentes, submissas, dependentes e inseguras, reproduzirão ao crescerem, as mesmas práticas violentas. Como diz John Dewey (citado por SILVA; PAULINI, 2007 p.52): “a educação não é preparação nem conformidade. Educação é vida, é viver, é desenvolver, é crescer”.

3 AGRESSORES OU AGREDIDOS?

Não é necessário citar números estatísticos, pois, está estampado em todos os jornais, telejornais e outros, a trágica realidade vitimando crianças e adolescentes nos mais diversos pontos do mundo.

Por quê? Quem são os culpados? Será que da para culpar os mesmos, por serem violentos e agressivos? Por seus viveres destrutivos?

O jovem é agressivo? Sim, porque é agredido e violentado.

- Violenta-se o jovem ainda bebê, quando para buscar a sobrevivência, mães são obrigadas a abandonar seus filhos em creches (Há violência maior?)

- Violenta-se o jovem sempre que os culpamos por seus atos violentos, sem tentar descobrir, compreender e sanar a que agressor se dirigem.

- Violenta-se o jovem quando a sociedade dificulta ou impede seu ingresso e participação nos mais diversos segmentos sociais.

- violenta-se o jovem sempre que é obrigado a ver na mídia o subornável meio político.

- Violenta-se o jovem toda vez que cor de pele, estética, situação econômica é que faz a diferença.

- Violenta-se o jovem toda vez que a sociedade discrimina suas preferências e estilos impedindo que construa e manifeste livremente sua personalidade.

Já afirmava o grande filósofo Émile Durkheim (1858) (citado por SILVA; PAULINI, 2007, p.33):

[...] se não me submeto às convenções do mundo, se ao vestir-me, não levo em conta os costumes observados em meu pais e em minha classe, o riso que provoco, o afastamento em que os outros me conservam, produzem, embora de maneira mais atenuada, os mesmos efeitos que uma pena propriamente dita.

Não estariam os jovens, de várias formas, inclusive expondo suas próprias vidas, “gritando” ao mundo “adulto” sua indignação?

Indignação com tanta indiferença, discursos vazios e leis que só são aplicáveis aos excluídos, ou melhor aos diferentes em relação ao estereótipo da sociedade. Está a maioria dos jovens, sem perspectivas para o futuro, vitimas de uma sociedade excludente onde o acesso ao trabalho, saúde, cultura e lazer é para poucos, portanto, impedidos de conquistar a plena cidadania.

4 PROVÁVEIS CAUSAS DA VIOLÊNCIA

A sociedade está marcada pela corrupção, desrespeito à dignidade humana e toda forma de desrespeito à dignidade humana é uma violência e não apenas os crimes que deixam corpos ou feridos. Dignidade é o mínimo de respeitabilidade que um ser humano merece receber do Estado e da população em geral.

Todos os cidadãos são iguais, e os jovens marginais são na verdade jovens que não aceitam desigualdade, eles não querem nada mais do que seus verdadeiros direito.

Segundo a Professora Maria de Lourdes Rangel Turra (citado por SILVA; PAULINI, 2007, p.64):

O individuo nasce como uma tábula rasa e cabe à sociedade, pelos meios mais rápidos possíveis, agregar ao ser individual,egoísta e associal – uma natureza moral e social. A tarefa por excelência da educação é, pois, criar no homem um ser novo, que irá, com o seu grupo, partilhar de crenças religiosas, práticas morais, tradições nacionais e profissionais e opiniões coletivas de toda a espécie.

4.1 DESESTRUTURAÇÃO FAMILIAR

Todo ser humano tem a necessidade de se sentir amado, protegido, principalmente quando criança por não compreender o mundo que o cerca. É na primeira sociedade familiar que encontra suporte para um crescimento emocional sadio, sendo a família uma peça fundamental.

Uma família desestruturada, poderá gerar adultos problemáticos para enfrentar a complexidade da violência social sendo facilmente levados ao abuso do álcool, drogas, facilitando o ingresso no mundo do crime.

4.2 DESIGUALDADE SOCIAL

Baixo poder aquisitivo, miséria, exclusão e a dificuldade crescente de inserção no mundo do trabalho, por falta de preparo profissional dos pais e responsáveis por crianças e adolescentes, gera um estado de inconformismo. Na verdade, a maior parte dos jovens infratores e violentos são procedentes de famílias miseráveis, vivendo como animais, crescendo em meio à fome, e a tristeza de se perceberem excluídos da sociedade e o contraste entre sua realidade e a realidade dos ricos e mais favorecidos.

4.3 MÍDIA

Programas de televisão banalizando a violência, ridicularizando heróis, o uso da miséria e o

diferente como espetáculo, filmes e desenhos direcionados a crianças e adolescentes instigando o desrespeito e a violência. A família não consegue filtrar as influências e valores negativos diante ao vendaval de informações a que as crianças e jovens são submetidas principalmente pela internet. O avanço tecnológico, que permite o acesso a informações e notícias de forma instantânea, provocou mudanças na família, e os pais, devido a agressividade dos filhos, não conseguem lhes impor limites. Como diz ES. P.57(citado por SILVA; PAULINI, 2007, p.68):

Há uma educação não intencional, que jamais cessa. Pelo nosso exemplo, pelas palravas que pronunciamos, pelos atos que praticamos – influímos de maneira continua sobre a alma de nossos filhos.

Talvez os meios de comunicação em geral não sejam tão responsáveis pelo aumento da violência e criminalidade nos jovens, mas a forma como são apresentados, os atos violentos, parecem valorizados. Isso necessariamente não tornaria as crianças e adolescentes mais violentos, mas contribuem para excitá-las, difundindo alguns dos tipos de violência.

4.4 SOCIEDADE DESUMANA

Desde a revolução industrial o mundo ocidental conhece um grande desenvolvimento e mudança do nível de vida. Vive-se de forma que os antepassados sequer podiam imaginar. Mas, apesar dos grandes ganhos obtidos na liberdade, saúde, bem-estar e cultura, ao olhar para o futuro a sociedade vê o pior dos horrores. As atuais gerações, apesar de viverem no conforto e progresso têm, uma visão negra do amanhã frente ao quadro de violência, de impunidade, um caos total, gerando revolta, medo e insegurança, ao qual a sociedade se mantém calada. Como já dizia Frei Betto:

A violência é a mais primária forma de manifestação da agressão. Toda a estrutura da sociedade, com suas leis e instituições, contém boa dose de agressividade, assim como a disciplina que os pais impõem à boa educação dos filhos. Ela favorece a nossa convivência social e reprime nossas tendências auto-destrutivas. O melhor exemplo de agressividade sem violência é o esporte.

Como já foi dito o lazer sadio é para poucos, políticas públicas preferem ocupar-se de outros

segmentos sociais onde os resultados são imediatos, pois crianças e adolescentes não rendem sufrágios.

5 CONCLUSÃO

Em vista dos argumentos apresentados, percebe-se que a violência gera mais violência e que ela é produto de um quadro de injustiças sócias, desigualdade econômica, exclusão e falta de oportunidades que atinge a maioria da população refletindo principalmente no jovem por ser na adolescência a fase que ocorre a formação da identidade. Fase que deveria ser aproveitada para educar valorizando as diferenças humanas e valores éticos, paz, respeito e solidariedade. Somente pela educação, combatendo a ignorância e oportunizando novas perspectivas de vida em sociedade, onde o jovem se torne protagonista e agente de transformação social, num esforço conjunto família, escola, igreja e sociedade talvez se poderá mudar a sociedade e fazer reinar a justiça social.

6 REFERÊNCIAS

FREI BETO, Violência e agressão. Disponível em . Acesso em: 19 mai 2008.

SILVA, E; PAULINI, I. R. Sociologia geral da educação. Indaial: Asselvi, 2007.

TURA, M. L. Rangel. Durkheim e a Educação. Rio de Janeiro: Quartet, 2002.


aula na floresta